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MÍSTICA e OCULTISMO bíblico no Judaísmo.

A visão de Deus, sentado em Seu trono, contada pelo profeta Ezequiel, fascinou um grupo de judeus, que desejaram também experimentar essa mesma contemplação.
Começaram, então, a utilizar técnicas meditativas para induzirem um transe hipnótico que os levassem a despertar poderosas forças espirituais conduzindo a esse vislumbramento  -  prática demais perigosa para os leigos. 


Suas percepções  demonstraram que a entrada do paraíso é obstruída por portais com anjos ameaçadores, que impedem a entrada dos despreparados. 
É preciso saber o nome de cada anjo, repetí-lo constantemente e proteger-se com amuletos. 


Cruzar os obstáculos e chegar ao Trono significa aprender os segredos de Deus e Seus pensamentos. 


Assim, estava criado "um sistema filosófico-religioso reunindo preceitos práticos, especulações místicas, esotéricas e traumatúrgicas" :  Cabalá ("recebimento").




Curiosos textos do Sêfer Yetzirah ("livro da criação") explicam como Deus, que pensava e falava em hebraico, criou o mundo usando as 22 letras desse alfabeto. 
Por exemplo, ao combinar as letras "alef", "bet", "nun" - que formam a palavra "oban", criou a pedra.  
Com aquelas letras e números Ele criou o Universo e todos os seus minusciosos detalhes. 



Em 1.280 dC, foi revelada a descoberta de mais um livro importante da Cabalá : o Zohar ("luz/fulgor/esplendor"). 
Escrito em aramaico, contém espantosas idéias radicais, simbolismos arcanos e linguagem erótica.  
Seu autor foi o rabino Shimon Bar-Yochai (Rashbi), no Século II dC. 


"O Zohar permaneceu escondido por 1.100 anos em uma caverna próxima a Meron (Israel), até que um árabe o achou e o vendeu no mercado como papel para embrulho. Parte de folhas rasgadas chegou às mãos de um sábio, que aquilatou o valor dos escritos e após longa busca, recuperou muitas das folhas em depósitos de lixo ou comprou-as de vendedores de especiarias, onde embrulhavam suas mercadorias."



Os analistas acreditam que decifrar o Zohar é conhecer os mistérios do céu e da terra.  
São 2000 páginas cheias de enigmas, para complicar o processo de decodificação.


O livro subverte a idéia de que Deus expulsou Adão e Eva do Jardim do Édem : diz que foi Adão quem O expulsou... e que ainda estamos no Jardim.  
Nós perdemos contato com a dimensão espiritual...  e o nosso desafio tem sido recuperar certa percepção e intimidade com o Divino. 


Há nele também a crença revolucionária de que os homens exercem influência sobre Deus, quebrando a idéia da autoridade onipotente. 
Nessa relação os pecados humanos geram um desequilíbrio : a conduta anti-ética, a perversidade, a ganância...etc.,  alimentam o mal cósmico, corrompem a harmonia e estimulam o mal no Universo. 




Outra revelação interessantíssima fala sobre o corpo de Deus e Sua sexualidade.


Os desenhos mostram que o Seu corpo é igual ao dos homens :
cabeça(1),  
com intelecto(2) 
e sabedoria(3);  
órgãos e membros representam poder(4), 
amor(5), 
beleza(6),  
esplendor(7) e 
eternidade(8); 
a parte 9 é  chamada "'alicerce/fundação'" (falo - procriador da vida) e 
"shekhinali"(10) a metade  feminina de Deus.  


Isto desafia a imagem de um Criador estritamente masculino, pois há esse traço feminino como parte da divindade...  um romance no âmago de Deus. 


Com certeza é uma herança secreta oriunda do Antigo Egito [onde o deus-criador era denominado por "O Grande Ele-Ela"]  - lá os hebreus viveram 400 anos e "aprenderam toda a sabedoria dos egípcios". 


As porções-metades masculina e feminina de Deus são unidas através da virtude,
do amor ao próximo,  
da caridade,  
da celebração do 'sabat', 
com os mandamentos interpessoais e ritualistas. 
É assim que realizamos o potencial divino no mundo. 


Na mente de Deus o ser humano foi criado para desfrutar felicidade plena, livre de caos e dor  -  esse foi o desejo e a intenção do Criador. 


O Zohar destina-se a trazer luz, conteúdo, propósito, aura de misericórdia e proteção à humanidade.




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